terça-feira, 17 de agosto de 2010

Por favor


"- Encoste a porta". Foi tudo o que ouvi dele antes de deixá-lo pra sempre. Devia ter pedido pelo menos por favor.
Devia ter falado: "-Baby, olhe pra mim, não se vá. (...) Tem certeza? (...) Me liga! (...) Tudo bem então, te amo! (...) Encoste a porta por favor".
Mas não. Foi tão seco que até agora não desceu. E tudo que passamos juntos? E aquelas trocas de carinho? E as promessas de ficarmos juntinhos pra sempre?
Tudo isso só por que o chamei de Felipe na cama. Felipe, Fernando...é tudo a mesma coisa! O Felipe é só um pouco mais novo e maior .Fora isso é tudo a mesma coisa. Um grosso também!
E quando ele me chamou de Meuri? É Maria! A desculpa foi que ele "tava falando em inglês". Mas vai saber se não era abreviação pra Meuricleide? O nome seria horrível, tadinha. Mas é isso que dá mexer com o homem de outra.
Fernando, Fernando....você ainda vai me pedir pra voltar. Eu sei que essas tantas mulheres que saem do seu apartamento são apenas pra te distrair e não pensar tanto
em mim. Quando elas saem do seu apartamento, você pede por favor, que encoste a porta. Mas a mim não. Pra mim é só um "encoste a porta" Eu sei de tudo isso porque sou eu aquele arbusto disfarçado. Siiim!! Eu vi sua cara de desconfiado, mas você não conseguiu me pegar!
Mas você vai me pagar pelas cinzas de cigarro jogadas em mim aquele dia.
Jogar cinzas num arbusto? Que coisa feia! Você havia me dito que não fumava! Além de grosso, conquistador barato, mulherengo, mal educado, você também é mentiroso.
Ah, quer saber Fernando? Cansei de você. Vou sair desse arbusto e procurar o Felipe. Ele pelo menos pede por favor quando fecho a porta da casa dele.

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