terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Guarde um dia para mim!

-Ninguém me ama, ninguém me quer.
- Eu quero.

Ela olha pra ele com olhar piedoso, como se a esperança dialogasse com ela.
E então sorri.
Ele fica tímido e se afasta com medo dela reclamar de mais alguma coisa e ele não puder mais consolá-la com uma verdade tão boa que soa mentira

-Você não sabe o que diz
-Isso é que você acha.
-Tem meu número?
-Sim, anotei naquela última vez que você dramatizou.

-Me liga. Numa quarta vou precisar falar com você.
-Por que uma quarta?
-Quarta é um dia chato.

Ele então fica confuso sobre sua utilidade perante a vida dela: Ela fica feliz em receber sua ligação por que vou tirá-la do tédio ou porque ela não tem nada para fazer?
Não ligou. Ficou na varanda ouvindo músicas que contam estórias de amores não resolvidos e se identificando com elas.
Alguém liga para ele. A quarta também estava chata para ele e então saem juntos.

Realmente, ninguém a ama e ninguém a quer.

Se fosse numa sexta-feira, quem sabe ele não ligaria. Ela reservaria um momento para conversar com ele mesmo quando ela estivesse se arrumando para sair. Daria mais valor. Teria mais sentido.

Numa sexta-feira.

Mulheres....

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